Polêmicos, faz tempo que os alimentos transgenicos invadiram círculos de discussão muito maiores do que se imaginaria. Discussões acaloradas, impasses econômicos e políticos que colocam frente a frente seus defensores e aqueles que não acreditam em seus benefícios para a humanidade.
Ainda assim, apesar de serem sempre lembrados nos noticiários, muitas pessoas não entendem exatamente o que é esse tipo de alimento. Pior ainda muitos chegam, inclusive, a confundi-los com os alimentos orgânicos, sendo que, na verdade, ambos não têm nada em comum. Além do fato de serem alimentos.
O que é alimento transgênico
Os alimentos orgânicos são aqueles que são produzidos sem a adição de nenhum tipo de agrotóxico ou insumo químico. São 100% naturais. Bem diferente dos transgênicos.
Por definição simples, os alimentos transgênicos são aqueles que sofreram algum tipo de alteração em seu DNA. Modificações feitas em laboratório e que consistem na inserção do material genético de genes proveniente de outro organismo, outra planta, animal, vírus ou até uma bactéria, entre muitos outros.
Origem do alimento transgenico
Os alimentos transgenicos surgiram na década de 70, desenvolvidos com o objetivo de dar mais produtividade à agricultura. Os alimentos eram geneticamente modificados para que se tornassem mais resistentes a pragas ou até mesmo à substâncias aplicadas pelos próprios homens para combater outras pragas.
Depois de certo tempo a técnica passou a ser aplicada também com outros fins, como por exemplo, produzir carne suína com um menor percentual de gordura.
Mas o ápice da polêmica se deu em 1999, quando foi colocada no mercado a soja transgênica. O grande problema apontado era que ela possui em seu organismo em gene que não fazia parte de nenhum outro vegetal. Esse gene era proveniente de uma bactéria e controlava a fabricação de uma proteína, capaz de bloquear a ação de herbicidas. Assim, a planta se tornava imune.
E até onde isso poderia prejudicar o ser humano? A resposta ainda é discutida até hoje.
O fato é que os alimentos transgênicos ganharam espaço e, hoje em dia, estão presentes em alimentos que ninguém sequer imaginaria. Só nos Estados Unidos a lista é enorme: melão, soja, tomate, algodão, batata, canola, milho e muitos outros produzidos em larga escala.
Na União Europeia também não é diferente, já que é comum encontrar plantações de tomate, canola, soja e algodão cultivados com esta técnica. No Brasil, em número menos, as lavouras são de soja, milho e algodão.
Mas já há alguns países desenvolvendo pesquisas para produzir transgênicos com outros fins. Já existem alimentos que são geneticamente modificados para que se tornem mais nutritivos, como o arroz dourado da Suíça, que é muito rico em betacaroteno, substância precursora de Vitamina A. Assim como uma das mais recentes novidades, que é um algodão que nasce colorido, verde, vermelho ou amarelo, de acordo com a vontade do produtor.
Existe ainda uma linha de pesquisa que realiza a modificação de organismos para a produção de medicamentos. Na Escócia, o mesmo laboratório que clonou a ovelha Doly cria carneiros cujo leite é capaz de produzir uma droga que estimula a coagulação do sangue e que pode ser empregada no combate à hemofilia.
Malefícios dos Alimentos Transgenicos
Ainda que os transgênicos pareçam ter muitos pontos positivos, os críticos ainda alegam que é preciso estudar mais profundamente o assunto, já que afirmam que os alimentos transgênicos oferecem riscos para a saúde, pois podem, por exemplo, aumentar as reações alérgicas.
Na agricultura, é fácil enxergar os impactos negativos como a eliminação do processo natural de plantas que não sofreram modificações genéticas, pois as transgênicas possuem maior resistência às pragas e pesticidas. Além, é claro, o aumento da resistência aos pesticidas, o que provoca o aumento consumo deste tipo de produto, o que ainda poderia causar a erradicação de populações benéficas como abelhas, minhocas e outros animais e espécies de plantas. Já que tudo funciona diante de um ciclo de imperfeições que se compensam.